Física

 
O ensino de Física: breve histórico
 
A Física ensinada na escola deve ser pensada como um elemento básico para a compreensão e a ação no mundo contemporâneo e para a satisfação cultural do cidadão de hoje. No entanto, a escola média tem tido dificuldade em lidar adequadamente com os conhecimentos físicos na perspectiva de uma formação para a cidadania. Os currículos e programas de Física destinados ao Ensino Médio, tradicionalmente, têm seguido uma estrutura conceitual linear e hierárquica, sem transpor as fronteiras das teorias clássicas produzidas até o século XIX, insuficientes assim para contemplar os desafios da sociedade moderna, por exemplo, para a compreensão dos recursos tecnológicos envolvidos na produção de energia e alimentos, na preservação do meio ambiente, nos diagnósticos de saúde e em incontáveis equipamentos de informação e lazer. Com o aumento da complexidade da sociedade, com a tecnologia integrada ao cotidiano, com os riscos ambientais ligados aos processos de produção em larga escala, é necessário, mais do que nunca, conhecimento especializado para compreender o cenário contemporâneo e nele intervir. A cultura, a sociedade e a natureza se tornaram “tecnocultura”, “tecnossociedade” e “tecnonatureza”, em grande parte pelo papel de destaque que o conhecimento especializado tem na atualidade.
Cabe à escola o desafio de tornar esse conhecimento um instrumento de todos. Sem pretender abordar um número enciclopédico de tópicos, e evitando uma abordagem estritamente acadêmica, é possível atender a interesses formativos mais amplos e produzir um currículo escolar que reflita um projeto de ensino e formação que atenda à sinalização iniciada com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e orientada pela regulamentação subsequente.
Para tanto, o ensino de Física não deve se concentrar na memorização de fórmulas ou na repetição automatizada de procedimentos a serem aplicados em situações artificiais ou extremamente abstratas.